“Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com
os intolerantes, a bondade com os maldosos e – por estranho que pareça – sou
grato a esses professores”. A frase é de Khalil Gibran.
Ressalta o valor do silêncio. Há um tipo de silêncio
que nos leva a uma solidão que na verdade é a estar em companhia de si mesmo.
Este silêncio “é de ouro”. É fundamental! Nele, reverbera os faladores e suas
falácias. Nele separamos o joio do trigo. Nele exercitamos a paciência.
Nele nos deparamos com um espelho...
...e – como diz o compositor Renato Russo – por vezes,
ao nos depararmos com este espelho, observamos um mundo doente. Na companhia de
nós mesmos – em silêncio & solidão – notamos a trave em nosso olho.
Como diria o escritor Alexandre Dumas, “para todos os
males, há dois remédios: o tempo e o silêncio”. Eis outro escritor a expressar
de forma sábia o poder do “silêncio de ouro”. Sim!, diante das feridas, não
tema a dor. O que nos resta é enfrentar! Nada mais...o mais fará o tempo e o
silêncio diante de nós...
Alguém diz – não lembro quem! – que o que faz a
reputação do barqueiro são as tempestades e os imprevistos do mar. O silêncio
pode ser um belo barco a nos conduzir pelas tempestades. Acredito nisto.
Sobretudo em épocas de tanto culto ao barulho. Em épocas onde ninguém para.
Todo mundo fala o tempo todo. Todo mundo grita; todo mundo tem razão!
Para quem duvida disto, fica o dito por Eckhart Tolle:
“a verdadeira inteligência trabalha em silêncio. É no silêncio em que a
criatividade e a solução de problemas se encontram”. Eu coloco aí – no rol
destes problemas – muitas de nossas inquietações filosóficas. Até mesmo aquelas
que são resolvidas ao fim da noite e que voltam em cores mais vivas nas manhãs
seguintes.
Quando criei o Conversas de Quinta, de certa forma,
também buscava neste espaço retirar o melhor do meu silêncio. É como produzo
boa parte dos textos. Aprendi a escrever ou em total silêncio; ou com alguma
música clássica no headphone. Uma forma de escapar do mundo dos barulhos. Uma forma
de entrar em conexão de “100 megas” comigo mesmo.
Foi em silêncio que deletei textos inteiros após
escritos. É como diz Eduardo Galeano: “quando as palavras não são tão dignas
quanto o silêncio, é melhor calar e esperar”. Eu substituiria apenas o calar
por deletar. Nunca publiquei nada aqui sem ter lido várias vezes.
É deste tipo de silêncio que aqui falo. Mas, existe
outro tipo de silêncio? Sim! O praticado pelos covardes. Sobre este outro,
muito pouco a dizer. Bem resumiu este outro tipo, o ex-presidente Abraham
Lincoln, quando diz que “pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar,
transforma homens em covardes”.
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