sexta-feira, 19 de julho de 2013

O silêncio de ouro



“Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos e – por estranho que pareça – sou grato a esses professores”. A frase é de Khalil Gibran.

Ressalta o valor do silêncio. Há um tipo de silêncio que nos leva a uma solidão que na verdade é a estar em companhia de si mesmo. Este silêncio “é de ouro”. É fundamental! Nele, reverbera os faladores e suas falácias. Nele separamos o joio do trigo. Nele exercitamos a paciência.

Nele nos deparamos com um espelho...

...e – como diz o compositor Renato Russo – por vezes, ao nos depararmos com este espelho, observamos um mundo doente. Na companhia de nós mesmos – em silêncio & solidão – notamos a trave em nosso olho.

Como diria o escritor Alexandre Dumas, “para todos os males, há dois remédios: o tempo e o silêncio”. Eis outro escritor a expressar de forma sábia o poder do “silêncio de ouro”. Sim!, diante das feridas, não tema a dor. O que nos resta é enfrentar! Nada mais...o mais fará o tempo e o silêncio diante de nós...

Alguém diz – não lembro quem! – que o que faz a reputação do barqueiro são as tempestades e os imprevistos do mar. O silêncio pode ser um belo barco a nos conduzir pelas tempestades. Acredito nisto. Sobretudo em épocas de tanto culto ao barulho. Em épocas onde ninguém para. Todo mundo fala o tempo todo. Todo mundo grita; todo mundo tem razão!

Para quem duvida disto, fica o dito por Eckhart Tolle: “a verdadeira inteligência trabalha em silêncio. É no silêncio em que a criatividade e a solução de problemas se encontram”. Eu coloco aí – no rol destes problemas – muitas de nossas inquietações filosóficas. Até mesmo aquelas que são resolvidas ao fim da noite e que voltam em cores mais vivas nas manhãs seguintes.

Quando criei o Conversas de Quinta, de certa forma, também buscava neste espaço retirar o melhor do meu silêncio. É como produzo boa parte dos textos. Aprendi a escrever ou em total silêncio; ou com alguma música clássica no headphone. Uma forma de escapar do mundo dos barulhos. Uma forma de entrar em conexão de “100 megas” comigo mesmo.  

Foi em silêncio que deletei textos inteiros após escritos. É como diz Eduardo Galeano: “quando as palavras não são tão dignas quanto o silêncio, é melhor calar e esperar”. Eu substituiria apenas o calar por deletar. Nunca publiquei nada aqui sem ter lido várias vezes.

É deste tipo de silêncio que aqui falo. Mas, existe outro tipo de silêncio? Sim! O praticado pelos covardes. Sobre este outro, muito pouco a dizer. Bem resumiu este outro tipo, o ex-presidente Abraham Lincoln, quando diz que “pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em covardes”. 

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