quarta-feira, 20 de março de 2013

Mais palavras sobre o Enem e os progressistas de plantão


Eu sei que soa chato, mas eu preciso voltar ao tema do Enem. É que os “linguistas”  mal intencionados, ingênuos (ou estúpidos mesmos) seguem com suas teses de “abobrinhas” para defenderem a correção do ENEM. 

Sobre os erros de grafia aqui já falei. Só um adendo: há linguista por aí usando a expressão “erro de ortografia”. Permitam-me: ORTHO = correto; GRAFHOS = escrita. Logo, o erro é de grafia. É bom colocar os “pingos” nos “is”. Sim, os “is” ainda possuem “pingos”, como já disse anteriormente. Queira os corretores progressistas do Enem, ou não. 

Agora, tratemos de um outro capítulo: a receita de miojo e o hino do Palmeiras. Pois bem, dizem eles que as pontuações foram justas e não comprometeram o todo e blá, blá, blá. Primeiro: os alunos que fizeram isto quiseram “trollar” o ENEM e conseguiram. Fosse a banca séria, não se submeteria ao vexame.

“Mas, merece ou não merece ponto?”, indagaria o linguista Silvio Santos ao Lombardi. Quem responde? Ora, os critérios do Enem. Pois são eles que pautam os estudantes que ESTUDAM durante um ano para se submeterem ao que acham ser um EXAME sério! Simples assim. 

Vamos aos critérios, então...

Recorrerei as competências? Aquelas cinco que já falei aqui? Não! Recorro as regras do próprio ENEM, mas desta vez às razões que fazem com que o aluno ZERE a prova. Vejam bem, não sou eu que afirmo, mas os critérios do próprio EXAME.

Seguem as razões:

1) Não atender à proposta solicitada ou apresentar outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo;
2) Deixar a folha de redação em branco;
3) Escrever menos de sete linhas na folha de redação, o que configura “texto insuficiente”. Linhas com cópias do texto de apoio fornecido no caderno de questões não são consideradas na contagem do número mínimo de linhas;
4) Escrever impropérios, fazer desenhos e outras formas propositais de anulação;
5) Desrespeitar os direitos humanos.

Vejam bem: as regras são do ENEM. Não são minhas. Logo, deveriam ser seguidas pela banca examinadora independente do blá, blá, blá ideológico ou dos linguistas progressistas. Se estes querem discutir algo, que discutam como tese, mas não dentro do EXAME que tem as regras pré-definidas. Fazendo o que fazem agora, prejudicam alunos, professores e a EDUCAÇÃO de uma forma geral. 

Vamos ao argumento: atentem para a o número 1 e para o 4 das razões enumeradas acima. A receita de miojo e o hino do Palmeiras atendem à proposta solicitada? Não! O que esta trollagem faz além disto? Ela apresenta outra estrutura textual que não seja do tipo dissertativa-argumentativa. Ficou claro? Acho que sim.

Quanto ao número 4? É só para este que aqui fala que fica claro que querer “trollar” uma banca examinadora para provar que ela é incompetente é um impropério? Bem, no caso um impropério com certa dose de êxito. Mas, ainda assim um impropério. Além de constituir - por ser uma trollagem - uma “forma proposital de anulação”. Olhem só!

Precisa desenhar mais? Peço perdão por me manifestar novamente sobre o assunto, mas é que diante dos argumentos que tenho lido dos progressistas, eu fico pensando os motivos do silêncio de alguns professores, sindicatos e entidades estudantis que eu julgava sérios.

Que os linguistas tenham suas teses sobre a severidade da cobrança da norma culta, respeito muito. Não concordo com eles, mas respeito. Que os linguistas queiram EXAMES que priorizem muito mais o conteúdo que a Língua Portuguesa, uma constatação: leiam as cinco competências da Redação do Enem e vocês verão que o Exame já faz isto. Acho que há até uma certa dose de razão neste argumento. Podem acreditar; acho mesmo. 

Agora, o que não dá é para os “linguistas progressistas deste mundo de meu Deus” quererem justificar o injustificável em nome de uma “causa ideológica” ou de seus “cargos”, contrariando - inclusive - as regras do próprio Exame. Regras estas distribuídas aos alunos por meio de uma cartilha que trata especificamente da Redação do Enem. 

Ora, admitam a incompetência da banca examinadora. Corrijam os erros para os próximos Exames. Garantam critérios justos para que - já que o Enem se transformou num “vestibulazão” (o que não deveria ser!) - tenhamos alunos que ingressem nas faculdades por mérito. O mais justo seria amplo acesso ao ensino universitário, mas diante da realidade que coloca a peneira na vida do estudante, que ao menos ele seja tratado com seriedade e com o respeito que merece na busca de seu lugar ao sol. 

No mais, perdão por bater novamente na tecla, mas é que achei necessário. 

Há uma sexta razão para “zerar” a prova: entregar a folha em branco. Não comentei sobre, pois creio eu que com esta o mais progressista dos progressistas deve concordar! Ou será que vão argumentar que é um ato de protesto contra as ideias reacionárias já postas?

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