terça-feira, 19 de março de 2013

Enem e as estrelinhas vermelhas


Às vezes bate uma preguiça, um cansaço emocional de responder certas agressões disfarçadas de argumentos... mas vamos lá! É preciso por os pingos nos “is” - sim, o i, quando minúsculo, ainda tem pingo; queiram os corretores do ENEM ou não!!!! - para os que não sabem ler; e para os que adoram ler o que não se encontra escrito para poderem se defender daquilo que gostariam que estivesse escrito. A esquerdopatologia é assim! A esquerda séria não. Com esta tenho divergências ideológicas, mas sei que eles entendem perfeitamente a crítica que é feita. São honestos intelectuais, apesar de não concordar com eles. 

Recebi e-mails e comentários desaforados que apaguei de imediato, claro. Uma galera que defende que a nota MIL do Enem, dada aos que cometeram erros grosseiros ferindo a norma culta da Língua Portuguesa, é justa. Afinal, tem que se considerar o contexto e aquela baboseira toda que os senhores doutores linguistas progressistas defendem. Entendam bem que essa “tchurma” não defende um exame de qualidade, muito menos a Educação. Eles defendem o MEC por este ser do PT. Simples assim! A lógica deles é esta, mas os deturpadores somos nós!

Então, já começa daí a “farsa educacional”, quando a ideologia e a causa (para mim com S, mas talvez para eles seja válido também com Z: cauZa) são mais importantes que a meritocracia. Ora, vale lembrar que quem coloca o critério da norma culta como competência que vale 200 pontos é próprio ENEM. Fossem honestos intelectuais o suficiente para defenderem o desprezo da normal culta de vez - e errados totalmente! - teriam a coragem para chutar esta mesma norma padrão para a “casa do cacete” logo de vez, né? Mas não, o critério está lá e não pode ser ignorado. Nem por eles! 

Porém, a esquerdopatia começa assim: primeiro eles se alimentam de causa e ideologia. Na sequência, quando perdem a capacidade motora para a locomoção, deixam de ser bípedes e o próximo passo é se alimentarem de GRAMA. Como consequência ruminam o que pensam ser argumentos. Mas, eles evocam para si o BEM supremo e a luta contra as elites. Eu busco aprender Língua Portuguesa. Juro: ainda sei muito pouco e tenho muitas dúvidas. Erro bastante e busco corrigir meus erros, neste sentido. Sem amores ideológicos. Logo, busco sempre aprender mais e adquirir mais conhecimento. Isto faz de mim um reacionário, conservador e elitista. Continuarei sendo. 

Mas, vamos lá. Repetindo: No meu tempo, meritocracia fazia sentido! Hoje em dia, critérios de pontuação máxima são rasgados para não se admitir críticas ao ENEM, que são traduzidas - pela politicanalha - como críticas ao PT. Era só que faltava. Os professores que defendem a importância da norma culta, viram “gentinha da elite reacionária metida a professor”. Eu sou e continuarei sendo essa “gentinha”. Doa a quem doer. Os professores e especialistas são eles; eu não sou professor. Eu sou só um “bosta” em sala de aula, ensinando ao aluno a importância da norma culta. Para estes senhores especialistas, Machado de Assis, Olavo Bilac, Aurélio Buarque de Holanda, Celso Cunha e tantos outros devem ser um lixo desprezível. 

Ora, que o apedeuta-mor se candidate a reescrever a gramática. Afinal, a Constituição ele já andou rasgando em nome de sua escrita torta. Pensando bem, Deus escreve certo por linhas tortas. Assim, pode ser que o apedeuta-mor seja um mito que escreva torto por linhas mais tortas ainda; e por isso mereça mais aplausos do que àqueles que se dedicam a leitura diária, ao estudo diário e a aprovação em um exame seletivo por meritocracia. Meritocracia? Sim! Este palavrão que tem a ver com conseguir sustento com o próprio suor de seu rosto. 

Quero isto para o meu estudante, pois sei o sacrifício de muitos, para ali estarem, com a cara nos livros em busca de dias melhores. 

Agora, se a pergunta é: um aluno que cometeu erros grosseiros pode atingir uma nota para passar no ENEM? Sim, pode. Claro. Os critérios permitem isto por mais que EU discorde; e discordo. Mas, admito a possibilidade da aprovação diante das regras criadas pelo ENEM. O que não pode - oh, jumentos de estrelinha vermelha - é ele ter NOTA MIL, já que a norma culta é um critério. Eu sei que é difícil, mas um dia se consegue entender.

Sendo assim, a banca examinadora do ENEM perde a credibilidade e levanta a suspeita - afirmei isto e afirmo - da ausência de seriedade na correção. Logo, está em jogo a meritocracia. Isto se agrava quando se observa a redação do miojo. É um aluno que quis “trollar” a redação do ENEM e conseguiu. Ora, se a banca fosse séria notaria tal absurdo, tal trollagem e não admitiria ser submetida ao vexame. 

Porém, em nome do miojo, a banca preferiu engolir capim. No entanto, nem esta crítica é admitida. Afinal, não se pode - em uma democracia - criticar o Enem, pois é lido logo como a “crítica-política-elitista-do-PIG”. Paciência com essa gente, oh céus! Vamos lá existe a crítica feita de forma meramente política (o que não é o caso), existe a crítica feita de forma politicanalha (que nunca será feita por este aqui que fala neste espaço) e existe a resposta politicanalha, que é a que vem sendo dada. 

A crítica que fiz - e FAÇO - busca resgatar a meritocracia em um Exame que existe para isto. Logo, pelos próprios critérios do ENEM, aquele que acerta a norma culta e as outras quatro competências é que merece MIL pontos; não o contrário. É preciso repetir quantas vezes?! Acho que até a minha filha de oito anos entendeu. Por sinal, ela comete alguns erros em função da idade e da série em que se encontra na escola. Erros que são corrigidos para que um dia - torço assim - ela seja mais esperta, detenha mais conhecimento e consiga melhores chances que eu. 

Assim, na resposta puramente politicanalha o que se encontra nas entrelinhas é a elevação do apedeutismo ao nível do ideológico, para que a imprensa - esta carrasca - seja a maldosa. Para que os professores de redação de fato preocupados com seus alunos sejam os crápulas carrascos. Incrível! 

É isto. Novos tempos, novo mundo! 

Aqui fica um desabafo de alguém metido a professor. Não acreditem em mim. Os especialistas sabem mais do que eu. E sabem “concerteza”. 

Um comentário:

  1. Não há esperança! O que fazer? Vamos embora, gente. Não consegue, não é mais possível por "n" fatores? Ok, só posso desejar sorte. Eu, pelo contrário, com ou não existentes oportunidades, lutarei até o fim para sair deste maldito país.

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