Sou um admirador da obra do escritor português e
Prêmio Nobel da Literatura, José Saramago. Por qual razão abro este texto
afirmando isto? Bem, para falar de um assunto que necessariamente não é
Saramago, mas sim sobre honestidade intelectual. Explico...
Saramago possui uma visão sobre política que é
totalmente divergente da minha. Quando o assunto é religião temos mais pontos
divergentes que convergentes; mas, graças a inteligência de Saramago pude
reforçar argumentos meus e abrir um amplo campo de pesquisas sobre diversos
assuntos, além de admirar uma Literatura de beleza extrema na forma singular
com que este escreve. Sei que terão os que discordam de mim. E isto é muito
bom! Bom que tenha.
Porém, seria de uma desonestidade – daqueles que
discordam de Saramago! – não reconhecer sua importância ou sua obra. Saramago é
exemplo aqui. Tem muitos outros!
O que significa dizer que um debate deve ser feito sem
subterfúgios. Mas, de forma franca e reconhecendo os valores que norteiam o
outro lado, sempre! Mas, isto vem sendo abandonado. É algo – inclusive – que
fez com que eu me afastasse das redes sociais e – cada vez mais – me propusesse
a debater só com quem de fato entra em uma discussão querendo confrontar (no
bom sentido) os argumentos.
Quem vem de sola para um debate já na postura de
“vencedor” e “por ter coisas a revelar sobre os supostos interesses de forças
ocultas (quem paga!) do outro” já é – por si só – um derrotado. Um vigarista
intelectual de primeira grandeza que despreza o que é dito para atacar quem
diz; que finge debater, quando – na verdade! – despreza o debate. O desonesto
intelectual em essência não quer contrapor, não quer trazer luz à discussão.
Quer iludir e aniquilar o oponente. Mistura alhos com bugalhos e proclama a si
mesmo o vencedor por ter esmiuçado as teses de conspiração que ele mesmo cria
para invalidar o argumento alheio.
E assim surgem as mais belas teorias da conspiração,
que encantam o público e – numa cartilha que a História comprova – uma mentira
repetida até virar verdade. E há seres assim na DIREITA, na ESQUERDA e no
CENTRO. EM TODO CANTO! Para estes, os inimigos não possuem nomes (por questão
de estratégia!), são sempre identificados por expressões genéricas por demais,
mas propícias a uma visão maniqueísta, onde os “reveladores” são o bem. São os
atletas a carregarem a tocha da verdade à próxima pira olímpica de onde
iluminarão os alienados. Serão considerados alienados, burros, tapados,
ignorantes, maledicentes, ou à serviço do mal, todos os que não acreditarem
neles.
Eles não possuem contraditório; eles possuem sempre
adversários maldosos que agem por interesses escusos destas classes
maquiavélicas sempre “reveladas” – notem bem! – em expressões genéricas.
Algumas delas: as “elites” (como se entre
os desonestos intelectuais também não existissem ricos ou até intelectuais; ou
seja: elite cultural e econômica; ou como se não dependessem e governassem para
estas mesmas elites), o PIG (como se eles não fossem fomentadores de uma
esgotosfera patrocinada com dinheiro público para ter blogs, tuiteiros e
faceboqueiros; além de difamadores e caluniadores com carteirinha e sindicato)
e por aí vai...
Ora, ora...há desonestos intelectuais que –
aparentemente – defendem princípios que eu defendo, tidos como mais
conservadores e reacionários. Há sim! Há quem use tais defesas como
subterfúgios para outros interesses que a vigarice não permite revelar. Mas, eu
não nego este fato. Pelo contrário, os critico veementemente; os denuncio! Por
que o BEM e o MAL não se define por um caminho maniqueísta.
Um exemplo da desonestidade intelectual: usar os
argumentos dos bons ventos da economia para varrer para baixo do tapete o
discurso dos planos petistas de interferência no Judiciário! Ora, ainda que a
economia esteja mil maravilhas (o que não está) e que isto – o que não é!!!!
(mas não acreditem em mim; pesquisem, pois até a história os vermelhinhos
querem apagar) – seja mérito do Partido dos Trabalhadores, não significa um cheque em branco para que partido e governo se amalgamem com o norte definido de
enfraquecer instituições democráticas. Simples assim!
E a crítica e o debate são válidos, por demais!
E se aqui afirmo isto; se o que afirmo incomoda,
amanhã poderão vir àqueles que ao invés de rebaterem o que aqui coloco,
traçarão uma lista de adjetivos que lançarão sobre mim os mais sórdidos
interesses. Estarei eu a serviço da elite, serei mais um tentáculo do PIG e por
aí vai...ou seja, elevam a desonestidade intelectual ao quadrado, mesmo eu
tendo reconhecido – lá em cima – que há alguns desonestos que, aparentemente,
possuem o meu mesmo ponto de vista. Mas, só aparentemente!
Mesmo eu afirmando lá em cima que entre os que
discordam de mim, há honestos intelectuais. Sabe por que? Porque para estes não
interessa a verdade, mas a CAUSA, a IDEOLOGIA, o PLANO. Não há debate para
eles, mas uma guerrilha por poder, onde o que importa é a vitória. Ainda que
para isto os argumentos sejam completamente desprezados ou distorcidos. São
ignorantes funcionais e sistêmicos que conduzem o plano do partido, por vezes,
até como inocentes úteis.
Ora, para o militante cego o partido – qualquer um,
independente de lado! – é uma puta cega que nunca perde o hímen. E aí, este
militante – que só age em nome do BEM, claro! – começa digerindo IDEOLOGIA,
depois de um tempo passa a comer GRAMA. Não me espantará se dentro deste
processo evolutivo, ele contrarie Charles Darwin, abrindo mão de ser bípede e
se coloque de quatro em nome do partido.
Com a esquerda séria, tenho divergências! Debato,
sempre! Com a desonesta por natureza, não há como debater. É mostrar a vigarice
e esperar para ser xingado. Com alguns que defendem liberdades individuais
garantidas, alguns valores tidos como conservadores de forma séria, tenho
convergências. Com os desonestos – ainda que neste campo – é mostrar a vigarice
e esperar para ser xingado do mesmo jeito.
Com os sérios, os aprendizados. Aprendizado sempre;
pela convergência e pela divergência. Aos vigaristas, o desprezo. É possível
sentir nos xingamentos provenientes do arroto destes o cheiro da GRAMA!
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